10 janeiro 2011

O PATRIMÓNIO NÃO PODE SER SÓ O CHAFARIZ DOS CANOS

Com este título o Suplemento do BADALADAS "Vinho e Outras Coisas", de 7 de Janeiro,  chamou a atenção para outros aspectos da defesa do Património. Porque entendemos a intenção do autor, José  Carvalho - que é também o coordenador do referido Suplemento - e concordamos com o seu conteúdo, transcrevêmo-lo aqui na íntegra:


O PATRIMÓNIO NÃO PODE SER SÓ O CHAFARIZ DOS CANOS

«O título pode induzir em erro, mas não é nossa intenção emi­tir opinião contrária ao anúncio efectuado por Carlos Ber­nardes, vice-presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, formulado no encontro promovido pela Associação para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras, nos primeiros dias do passado mês de Dezembro. No qual foi anunciado o lançamento do concurso por parte da Câmara Municipal, ainda naquele mês, para a recuperação não só do chafariz mas também de toda a zona do largo infante Dom Henrique, com um orçamento de 360 mil euros.
Com certeza que se concorda com a requalificação desse monumento, que juntamente com o aqueduto são ímpares na cidade de Torres Vedras e fazemos votos para que a obra cumpra os prazos previstos e que no futuro seja um local digno de encontro dos torrienses e dos que nos visitam. Mas também gostaríamos que os organismos públicos, apoiados por profes­sores, historiadores, intelectuais e a tão necessária opinião pú­blica dessem ênfase ao tão pouco lembrado património rural, onde aldeias, lugares, quintas e casais escondem e ao mesmo tempo marcam as nossas verdadeiras raízes.
Gostaríamos de uma maior visibilidade nos fontanários, minas de água e lavadouros, muitos deles tapados com caniços e silvas e em que muitos cruzeiros, coretos e pontes romanas precisam de arranjos urgentes, bem como igrejas, paços e anti­gos conventos, assim como casas senhoriais, palacetes e as ade­gas que ainda restam.
Terminamos não sem antes e se nos permitem ditar um sonho, que era juntar todo esse valioso património a uma activi­dade também ela nosso património, que é a cultura do vinho e da vinha, que se mantém em actividade embora em anos de transição (do granel sem qualidade para o engarrafado com qualidade e certificado), com parcerias e investimentos públicos e privados se conseguiria relançar o nosso interior rural.
Estamos certos que qualquer torriense, quer ele esteja junto ao mar, na cidade ou no interior, também o deseja mais mo­derno, visitado e vivido, com a sua actividade agrícola enalteci­da, à semelhança de outras regiões vitivinícolas europeias.»

                                                                                        *

O ponto de partida deste texto foi a reportagem do jornal BADALADAS de 24 de Dezembro de 2010 que reproduzimos em imagem scanizada:

(Clicar para aumentar)

O vasto e variado Património espalhado pelo nosso concelho é uma das nossas preocupações. Não o temos referido porque o grupo de trabalho é muito pequeno e não conseguimos chegar até onde gostaríamos. Há um vasto campo de acção, a começar por levantamentos fotográficos actualizados e de qualidade, inventariação e catalogação dos espécimes, passos iniciais necessários para a preservação. Já há coisas feitas nesse campo, mas falta uma coordenação geral e articulada com os poderes autárquicos.

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